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AS REVOLTAS

A CONJURAÇÃO MINEIRA (1788)

 

              O movimento de 1789, denominado "Inconfidência Mineira", que teve como figura principal o Tiradentes, acha-se intimamente filiado às correntes filosóficas do século XVIII, de que resultaram a independência dos Estados Unidos da América do Norte, em 1776 e a Revolução Francesa de 1789.

Das guerras civis dos Mascates e dos Emboabas e outros conflitos entre filhos da terra e colonos portugueses, surgiu o espírito de nativismo no Brasil, com o ideal de uma pátria nova, independente da metrópole portuguesa.

Enquanto os ideais de liberdade se traduziam por toda parte em conquistas definitivas, o Brasil continuava sob o regime de opressão.

Em 1785, um alvará da rainha de Portugal, D. Maria I, proibia em nosso país toda e qualquer fábrica ou indústria. Nossas minas se achavam em decadência, e de há muito não se fazia a "derrama" para completar as cem arrobas de ouro que representavam o imposto a pagar, segundo o acordo feito com as Câmaras.

A 11 de julho de 1788, tomou posse no governo da capitania das Minas Gerais Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena. A derrama dos quintos atrasados, que iria ser feita pelo novo capitão-general visconde de Barbacena, serviria de pretexto aos conspiradores.

A Conjuração Mineira teve por teatro a antiga Vila Rica, atual Ouro Preto, que muito se ressentia do grau de decadência da nossa indústria de mineração.

Em agosto de 1788, encontrava-se no Rio de Janeiro o alferes do regimento de dragões de Vila Rica, José Joaquim da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes.

 

Sabendo que havia chegado da Europa José Álvares Maciel, Tiradentes foi procurá-lo. Maciel disse a Tiradentes que "pelas nações estrangeiras por onde tinha andado, ouvira falar com admiração de não terem ainda os brasileiros seguido o exemplo dos Estados Unidos que se libertaram da Inglaterra".

 

Encontraram-se outras vezes e nesses encontros discutiram a possibilidade de um levante que trouxesse ao Brasil a independência.

Acredita-se que a idéia tenha surgido de Maciel. O que não deixa dúvida é que Tiradentes foi o espírito propulsor da conjuração. No caminho de volta a Minas, Tiradentes iniciou sua propaganda a favor da independência, a qual se estendeu por Vila Rica e arredores, conseguindo a adesão de vários elementos do clero e da intelectualidade mineira, entre os quais o padre Carlos Correia de Toledo e Melo, padre José da Silva e Oliveira Rolim, Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto, etc.

Foram feitos também esforços para que o tenente-coronel Francisco de Paula Freire aderisse ao movimento, o que acabou acontecendo.

Nas reuniões que se sucederam, ficou decidido que o levante se iniciaria em Minas. Essa idéia foi proposta por Tiradentes e apoiada por Alvarenga Peixoto. A derrama foi o pretexto para desencadear o movi-mento.

Discutiram ainda a bandeira e as armas da conjuração que teria como legenda "Libertas quae sera tamen".

Tiradentes sugeria como símbolo um triângulo, que represen-taria a Santíssima Trindade. Após essa reunião, os conjurados se separaram, esperando a ocasião propícia, isto é, a derrama.

O trabalho de aliciamento, no entanto, não parou. Tiradentes continuou sua propaganda. Mas, a notícia do levante chegou ao conhecimento do coronel Silvério dos Reis, que decidiu, a 15 de março de 1789, denunciar os inconfidentes ao visconde de Barbacena, na esperança de que sua dívida para com  Erário  Público fosse perdoada.

Barbacena suspendeu então a derrama, enviando Silvério dos Reis ao Rio de Janeiro para relatar os fatos ao vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa

Tiradentes se encontrava no Rio de Janeiro, onde foi preso no dia 10 de maio de 1789. Logo em seguida foram presos em Minas Gerais os demais implicados.

Tinham sido denunciados todos os conjurados e ainda todas as pessoas que tinham maior ou menor grau de ligação com o levante.

Em Minas e no Rio de Janeiro iniciou-se então o processo da devassa, que durou quase três anos. A sentença foi lavrada em abril de 1792. Vários acusados foram condenados à morte, pena depois comutada para prisão perpétua.

Cláudio Manuel da Costa suicidou-se, ou foi assassinado na prisão, não se sabe ao certo. De todos os conjurados, somente Tiradentes, propul-sor e líder do movimento, recebeu a pena mais dura: foi enforcado a 21 de abril de 1792, em seguida esquartejado e teve a sua cabeça fincada num poste em Vila Rica. Seus descendentes foram declarados infames e todos os seus bens foram confiscados.

A GUERRA SANTA DO CONTESTADO (1912)

 

          Em Santa Catarina apareceu, certa vez, um "messias" ou "monge" por nome João Maria, que alcançou bastante popularidade entre as pessoas daquele estado sendo mesmo reverenciado como "santo".

Depois dele, dois ou três "profetas" apareceram usando o mesmo nome de João Maria. Por volta de 1904-1908, quando morreu o último João Maria, seu nome já estava envolto em celebridade e mistificação. Muitas pessoas não quiseram acreditar que morrera, enquanto outros esperavam a sua ressurreição.

Em 1911, surgiu outro monge, José Maria, que se fez passar por irmão do monge João Maria, reunindo logo à sua volta um grande contingente de fiéis. E aos poucos, seus sermões assumiram um caráter político.

José Maria começou por atacar a república, pregando que a monarquia seria reinstalada no país. O "bando", que se instalara em Taquaraçu, começou a preocupar o coronel Francisco de Albuquerque, chefe político local, que o denunciou ao governo estadual.

Tropas estaduais foram então enviadas, mas quando chegaram, o

"bando" já se havia retirado em direção a Palmas, no Paraná.

Nessa mesma época, os estados do Paraná e Santa Catarina estavam em conflito a respeito de fronteiras e o governo paranaense, interpretando o grupo de fanáticos de José Maria como invasão de catarinenses, mandou um destacamento policial, sob o comando do coronel João Gualberto, enfrentar os invasores.

O combate foi violento, morrendo na luta os dois líderes, José Maria e o coronel João Gualberto. Depois disto, tudo indicava que o movimento não se rearticularia. No entanto, em fins de 1913, um rico fazendeiro, Euzébio Ferreira dos Santos, adepto do "monge", cuja neta tinha visões de José Maria, instalou novo agrupamento em Taquaruçu. Pretendia fundar uma cidade santa, que receberia de volta José Maria.

O movimento cresceu rapidamente e, preocupado, o coronel Francisco de Albuquerque fez nova denúncia ao governo estadual.

E em 29 de dezembro desse mesmo ano, ocorreu o primeiro encontro entre os fiéis e as forças estaduais, do qual os rebeldes saíram vencedores.

 

Dois meses depois, as tropas estaduais voltaram com reforços, conseguindo desta vez dispersar os revoltosos. Logo, porém, os fanáticos voltaram a se reunir em outro reduto, situado num emaranhado de florestas.

Foi a vez então do governo federal, que decidiu exterminar de vez  o movimento, mandando para lá uma força sob o comando do general Mesquita. Os rebeldes, evitando o combate, refugiaram-se na mata densa e o general Mesquita, considerando-os vencidos, retirou-se para o litoral.

Tempos depois, surgiu um manifesto pregando a Guerra Santa contra a república. O governo federal enviou então novas forças, desta vez sob o comando do general Setembrino de Carvalho que, depois de dois meses de cerco, conseguiu penetrar no reduto dos jagunços, encontrando-o completamente vazio: os rebeldes, usando da mesma tática anterior, ludibriaram novamente as forças legalistas que, promovendo novo cerco, procuraram cortar as fontes de abastecimento dos rebeldes.

Adeodato, chefe supremo do movimento, vendo poucas possibi-lidades de sobreviverem ao cerco militar, simulou ter recebido ordens de José Maria e, visando a dispersão dos fiéis, dizia que aquela não era a Guerra Santa e que esta somente se realizaria dentro de quatro ou cinco anos.

Assim, os rebeldes começaram a se entregar, depois de esconderem todas as armas. Todos os líderes do movimento foram presos. Adeodato foi condenado a trinta anos de prisão. Tentou fugir por duas vezes.

Na segunda tentativa foi morto.

 

 

 

 

 

A REVOLTA DO FORTE DE COPACABANA (1922)

 

          Em 1922, no final do governo Epitácio Pessoa, o Brasil atravessava uma crise econômica das mais duras. As Forças Armadas viviam em constantes conflitos. O Clube Militar, por ordem  do presidente da República, foi fechado por seis meses. Dois meses depois, a 5 de julho de 1922, revoltaram-se as guarnições dos fortes do Vigia e Copacabana. Os revoltosos contavam com a adesão de outras guarnições, mas estas falharam.

E assim, o forte do Vigia mal chegou a disparar um tiro. O de Copacabana, sob o comando do capitão Euclides Hermes da Fonseca, ameaçou o palácio do Catete, sede presidencial, com canhões, durante dois dias e duas noites. Foi preso quando ia para o Catete entender-se com o governo. De lá, pelo telefone, ordenou à sua guarnição que se rendesse.

Alguns dos revoltosos, 18, não concordaram e, sob o comando do tenente Siqueira Campos, marcharam sobre o Catete. Como não atendessem à ordem de rendição, foram atingidos por uma descarga de fuzil.

Dessa insurreição assim liquidada restou a legenda histórica dos "18 do Forte".

 

 

 

 

BALAIADA (1838)

 

           Em dezembro de 1838, irrompeu no Maranhão outro levante político, a "Balaiada", ou revolta dos "Balaios", que perdurou até janeiro de 1841, já no princípio do governo de D. Pedro II e assim conhecida entre o povo, em razão da alcunha por que era conhecido o chefe do movimento, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o "Balaio", e pelo ex-escravo Cosme.

O motivo era a luta contra o poder e os privilégios da aristo-cracia rural da região. Manuel dos Anjos, o ex-escravo Cosme e o mestiço Raimundo Gomes lideravam o movimento.

No dia 13 de dezembro de 1838, Raimundo Gomes invadiu a prisão da vila de Manga para libertar seu irmão, mas acabou libertando todos os prisioneiros, que se uniram a ele.

Uma tropa chefiada pelo prefeito saiu no encalço dos fugitivos, sem conseguir pegá-los. Em 3 de março de 1839, o novo presidente da província, Manuel de Sousa Melo, ao saber do ataque dos rebeldes, decidiu capturá-los, mas não obteve sucesso, pois Raimundo Gomes tinha recebido adesões por onde passara. Sua tropa aumentou bastante, o que preocupou as autoridades.

As preocupações das autoridades aumentaram quando se soube que Manuel Francisco, o Balaio, que tinha aderido ao movimento, tornou- se um dos seus líderes e o preto Cosme, comandando 3.000 escravos fugitivos, também se juntou aos rebeldes, cada vez mais apoiados pela população

Em 24 de maio de 1839, os rebeldes tomaram a cidade de Caxias e, organizando um Conselho Militar, criaram uma Junta Provisória para governar a cidade.

A seguir, enviaram uma delegação à capital para entregar propostas de pacificação ao governo, mas, este, em resposta, mandou tropas para combatê-los. Lutas violentas foram travadas e os rebeldes saíram vitoriosos.

A 7 de fevereiro de 1840 chegou ao Maranhão o novo presidente da província, coronel Luís Alves de Lima e Silva (mais tarde Duque de Caxias), com ordens expressas de conseguir a pacificação.

E novos combates se sucederam. Raimundo Gomes se rendeu, Balaio morreu em combate, Cosme tomou a liderança do movimento e fugiu para o sertão.

Em 15 de janeiro de 1841, as últimas forças balaias renderam-se. Cosme foi aprisionado e, em setembro de 1842, morreu na forca.

 

CABANAGEM (1835)

 

           No norte e nordeste do país, os nativistas, chamados "cabanos" olhavam como inimigo todos aqueles que defendiam os interesses lusitanos. Nessas regiões, a separação entre colônia e metrópole levou mais tempo para consolidar-se. Em conseqüência, houve uma série de conflitos com proprietários e comerciantes, fortes defensores dos portugueses. No Grão-Pará, em 1835, um movimento popular liderado pelos "cabanos" dominou a província durante cinco anos.

Na época, um cabano, Francisco Pedro Vinagre, governava Belém. Quando o presidente da província, marechal Manuel Jorge Rodrigues, ordenou a prisão de todos os rebeldes, a revolução explodiu. Francisco Vinagre foi preso.

Os chefes cabanos Eduardo Angelim e Antônio Vinagre, irmão de Francisco, conseguiram escapar e, arregimentando tropas rebeldes, marcharam contra Belém, que dominaram com certa facilidade. O marechal Jorge Rodrigues foi obrigado a refugiar-se e Angelim foi aclamado presidente da província.

No interior, os rebeldes invadiram vilas e propriedades de proprietários e comerciantes e, embora o governo de Pernambuco  tenha enviado reforços, não conseguiu derrotar imediatamente os revoltosos.

Somente em fevereiro de 1840 os legalistas retomaram a província. Após a capitulação dos últimos rebeldes, mediante a promessa de anistia, foi empossado na presidência da província do Grão-Pará o Dr. João Antônio de Miranda.

 

 

 

 

REBELIÃO DE CANUDOS (1896)

 

Desde 1896 achava-se a Bahia agitada pela sublevação dos sertões de Canudos, onde o fanático Antônio Conselheiro, chefe dos jagunços, logrou destroçar três expedições do governo contra ele enviadas. Antônio Mendes Maciel, vulgo Antônio Conselheiro, por volta do ano de 1896, construiu uma igreja à margem do riacho Vaza-Barris, antiga Fazenda Canudos, no sertão baiano, fundando o arraial do Bom Jesus.

Logo se formou em torno de Antônio Conselheiro uma enorme multidão de sertanejos, que chegou a somar vinte e cinco mil pessoas, cuja única intenção era defender o direito de viver de acordo com os costumes e as tradições dos seus antepassados, sem qualquer interferência exterior.

A fama de Canudos estendeu-se além das fronteiras do sertão, chegando até o governo estadual que, em novembro de 1896, organizou uma expedição policial com o objetivo de dissolver o grupo de fanáticos.

Essa expedição sofreu uma derrota e foi obrigada a retirar-se, deixando oitenta mortos e muitos feridos. Reforçada por cem soldados, a polícia militar do estado preparou nova expedição, que também fracas-sou, sendo derrotada, e praticamente exterminada.

Depois de mais duas tentativas fracassadas, o governo federal preparou uma força com mais de 4.000 homens e várias peças de artilharia, sob o comando do general Artur Oscar de Almeida Guimarães, que atacou o arraial do Bom Jesus em outubro de 1897. Após vários dias de luta, deu-se a destruição completa de Canudos e a morte de seus defensores.