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FOLCLORE

BUMBA–MEU–BOI

 

É realizada sempre na época do Natal, com figuras e músicas essencialmente brasileiras. Festa típica, representações folclóricas de norte a sul do Brasil. Forma-se uma roda, representam-se cenas, que culminam com a apresentação do boi. Os diálogos constituem uma mistura de improvisação e tradicionalismo. As músicas são executadas por um grupo constituído de viola, pandeiro e bumbo. Os personagens são humanos, fantásticos e animais. Durante a festa, solicitam esmolas para o próximo boi.

 

 

 

 

 

CAPOEIRA

 

A capoeira chegou ao Brasil com os primeiros escravos bantus, vindos de Angola. Trata-se de um dos principais elementos negros de cultura nacional. Os negros, proibidos de carregar armas, conservaram a tradição da capoeira para conquistar e defender a sua liberdade. Os golpes acompanham o ritmo de berimbau, pandeiro, etc. lutadores e instrumentistas formam um círculo, com cantos de louvação à capoeira. Regra geral, os lutadores ou capoeiristas ficam acocorados junto ao berimbau, até que o solista do instrumento marca o início do jogo. De pé, a luta se inicia. Os adversários se benzem e, girando o corpo, começam o "jogo de baixo", desenvolvendo, de pé, o resto da luta, que se torna mais violenta e exige os golpes de capoeira mais importantes, que são o "meia-lua", a "bananeira", "aú", "cabeçada" e o mais perigoso, o "rabo-de-arraia".

 

 

 

CIRANDA

 

Festa de adultos, características de Pernambuco, onde cirandeiros e cirandeiras rodopiam e cantam respostas ao mestre tirador de modas, acompanhados por instrumentos de percussão. As cantigas ou modas versam sobre todos os assuntos, desde a política ao futebol.

 

 

 

COCO

 

Com influência africana, é uma dança de roda acompanhada de cantorias e executada em pares, fileiras ou círculos. Sua origem está associada ao trabalho de escravos, que cantavam enquanto quebravam cocos. Alguns passos possuem denominações curiosas, como cavalo manco e tropel repartido. A dança pode receber nomes diferentes de acordo com o instrumento de percussão utilizado para criar o ritmo.

 

 

 

CONGADA

 

A festa tem sua origem ligada aos africanos e seu padroeiro é São Benedito. É também denominada Congos ou Congado. É representada em vários estados. A parte musical se compõe de atabaques, bumbo, reco-reco, ganzá, violas e violões e cavaquinho. A parte dramática constitui a "embaixada", dividida em dois grupos: a dos cristãos liberados por Carlos Magno, e os mouros, chefiados por Ferrabás. Marcham, cantam e lutam com espadas, numa imitação de uma guerra que termina com a derrota dos mouros.

 

 

 

CORDÃO–DOS–BICHOS

 

 

Em Tatuí, no estado de São Paulo, existe um cordão-de-bichos, que se apresenta durante o carnaval, desfilando fantasias de animais e figuras humanas cômicas. Os bichos - sapos, elefantes, borboletas, pato, rinoceronte, etc., saem pelas ruas, sempre acompanhados por uma banda de música, que executa composições carnavalescas. Na Amazônia, é um divertimento que se apresenta nas festas juninas, onde o cordão tem o nome do animal escolhido - onça, capivara, pavão, etc., morto por um caçador que é preso e que deve ressuscitá-lo, entre cenas diversas e dança.

 

 

 

CURURU

 

De origem indígena, o cururu é uma dança essencialmente masculina, que se traduz numa tradição que é mantida até hoje em alguns lugares do nosso país. Por meio da miscigenação dos povos, adquiriu conotação religiosa, funcionando como uma louvação aos santos padroeiros do lugar em que é praticada. Em Mato Grosso, as duplas cantam e dançam desafiando-se ao som de violas-de-cocho e reco-reco.

 

 

 

DANÇAS FOLCLÓRICAS

 

Por ser, o Brasil, um país de dimensões continentais e o povo brasileiro ser o resultado da miscigenação de um número considerável de povos, tanto nosso folclore como a maior parte das danças populares brasileiras, são muito ricas e diversificadas.  Nossa cultura, e nossas danças populares, sofreram influência desses povos, que na maior parte das vezes eram africanos indígenas e ibéricos. As danças estão, em geral, ligadas a festas, folguedos e outras manifestações populares. Há danças que são executadas individualmente e outras aos pares ou em grupos. Apresentamos a seguir algumas das principais danças que ainda são praticadas em alguns territórios do nosso país.

 

 

 

FANDANGO

 

É a chamada "Marujada", que se realiza no Norte e Nordeste, na época do Natal, com personagens vestidos de marinheiros, que cantam e dançam ao som de instrumentos de cordas. Nos estados do Sul, "fandango" é o conjunto de danças rurais de coreografias diversas, variando de acordo com cada região.

De herança portuguesa e espanhola, o fandango abrange um conjunto de danças praticadas mais no Sul e Sudeste do país. Recebendo outros nomes como anu, andorinha, balaio, cana-verde, chimarrita, pezinho, tatu e xote, as coreografias variam, mais geralmente os participantes dançam em rodas ou pares. Os instrumentos musicais usados são pandeiro, sanfona, rebeca e viola.

 

 

 

 

FESTAS DO DIVINO

 

Dedicada ao Divino Espírito Santo. O imperador do Divino, geralmente um menino vestido a caráter, preside a festa, organizada pela "Folia do Divino", constituída de pequenos grupos que angariam  fundos pela redondeza, cantando modinhas alusivas à festa, acompanhadas de viola e rabeca, pandeiro, etc. Carregam a Bandeira do Divino, dançam em frente às casas, onde às vezes entram. A bandeira é beijada pelo povo, no cumprimento de votos e promessas.

 

 

FESTAS DO BONFIM

 

É localizada no bairro de Itapagipe, em Salvador, na Bahia. Comemoração religiosa e popular, com romaria à igreja do padroeiro. A lavagem do adro do Bonfim é realizada por filhas e mães-de-santo com água do poço de Oxalá, identificado com o Senhor do Bonfim. A festa dura de oito a nove dias, até a "Segunda-feira da Ribeira", onde se exibem sambistas e capoeiristas.

 

 

FESTAS DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

 

Realizada em dezembro, em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. É a festa do Largo, ainda em Salvador. Rodas de capoeiras, barraquinhas com bebidas e comida típica baiana. No dia oito, dia da padroeira, missas e procissões com a imagem da Santa.

 

 

 

FESTAS POPULARES

 

Grande parte das festas populares brasileiras fazem parte do calendário litúrgico. Observa-se que as mais diversas manifestações folclóricas de qualquer origem - indígena, africana ou européia - são realizadas nos dias de festas católicas, onde se misturam aspectos religiosos e profanos.

O calendário de comemorações populares divide-se em dois ciclos - o do Nordeste, do Natal ao Dia de Reis, principalmente.

O outro, no Centro-Oeste, é o das festas juninas, dedicadas a Santo Antônio, São João e São Pedro.

Há ainda o Carnaval, festa de origem pagã. Além dessas manifestações, que ocorrem em todo o país, existem outras, próprias de certos grupos ou localidades, como no caso de Nosso Senhor do Bonfim, Nazaré, etc.

Nos dias atuais, entretanto, as festas populares sofreram a influência maciça da urbanização, se tornando mais um teatro para o povo do que a manifestação ativa de seus valores e sentimentos.

 

 

 

FOLCLORE

 

Embora as manifestações do folclore brasileiro sejam em grande parte constituídas de elementos europeus, em muitos casos houve influência das populações indígena e negra, conforme a região e a importância que tiveram no processo de colonização e da Igreja Católica, onde, nas comemorações religiosas, aglutinaram-se elementos folclóricos de diversas origens.

O folclore brasileiro desenvolveu-se em São Paulo, antes da industrialização, em Minas Gerais, durante a mineração e no Nordeste, marcado por séculos de cultura da cana.

A população de cada uma dessas regiões criou um modo de vida tradicional, capaz de incentivar a transmissão oral e a elaboração coletiva de representações.

Essas regiões possuem ainda uma produção local e artesanal de artigos de consumo, de acordo com técnicas e padrões estéticos próprios.

Atualmente, no entanto, as manifestações folclóricas estão desaparecendo, a urbanização e a industrialização eliminando o artesanato e a auto-suficiência dessas regiões.

O advento da globalização, com sua massificação de informações via rádio, revistas, televisão, Internet, etc, contribuiu para a descaracterização de hábitos e costumes de muitas regiões do Brasil.

Os estudos e as pesquisas sobre o folclore no Brasil desenvolveram-se mais ativamente a  partir de 1947, com a criação, pelo Instituto Brasileiro de Educação e Cultura, da Comissão Nacional de Folclore, que estabeleceu maior intercâmbio entre os folcloristas brasileiros, organizados nas comissões estaduais.

O I Congresso Brasileiro de Folclore, realizado no Ministério da Educação e Cultura, aprovou a Carta do Folclore Brasileiro e levou à  criação, em 1958, da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, órgão do Ministério da Educação e Cultura.

 

 

 

FREVO

 

Essa dança tipicamente nordestina embala multidões de carnavalescos, especialmente no estado de Pernambuco. O nome "frevo" tem sua origem na idéia de "fervura". Existem três tipos de frevo: o de rua, com forte ritmo produzido por trombones e trompetes; o frevo de canção, normalmente apresentado em clubes, e o frevo de bloco, com ritmo mais cadenciado, conduzido por vozes femininas e instrumentos como cavacos, banjos, bandolins, flautas e violões.

 

 

 

IEMANJÁ

 

Festa da Rainha do Mar - Iemanjá, Janaína ou Nossa Senhora do Rosário. Em Salvador, um balaio, na casa do Peso, sob a guarda de uma mãe-de-santo, recebe os presentes que serão levados para o mar.

 

 

 

LINDU

 

Trazida ao Brasil por escravos da região central da África, principalmente de Angola. A coreografia tem pontos em comum com as danças flamencas. A dança é executada em roda com uma mulher ou um casal no centro. É dançado na Região Nordeste e no estado de Minas Gerais.

 

 

 

LITERATURA DE CORDEL

 

Utilizando uma técnica de métrica e rima de tendências arcaicas, os trovadores brasileiros produziram um vasto material poético. A "cantoria" ou "desafio" é a forma usada para a poesia improvisada. Dois cantadores, viola em punho, improvisam em tom satírico e jocoso. Tradição e criatividade individual são misturados e presentes nos poemas narrativos que constituem a manifestação mais elaborada da literatura oral brasileira. Utilizam temas tradicionais, do dia a dia e ainda religiosos. Falam do diabo, do bom cristão, do cangaceiro, de crimes, façanhas, política, etc.

Transcritos em folhetos impressos, essas composições são vendidas nas feiras pelos próprios cantadores, constituindo a literatura de cordel, assim chamada por se atarem os folhetos a um cordel e pendurá-los numa vara.

Tais folhetos constituíram durante muito tempo o único veículo de informação ou notícia para os sertanejos. A importância do cantador no Nordeste é muito grande. A xilogravura popular aparece nas ilustrações dos folhetos, fixando em traços uma cena ou o principal personagem da história. Geralmente retrata vaqueiros, cangaceiros, bois e aves, etc., traduzindo a ingenuidade do artista popular.

O Nordeste é um centro típico, sede da poesia improvisada dos cantadores e da literatura de cordel.

 

 

 

 

MOÇAMBIQUE

 

Festa de origem africana, praticada em todo o Brasil. Caracteriza-se por dança e jogo de bastões, cantos que narram episódios populares com fundo religioso, louvando Nossa Senhora e São Benedito e ainda, explicações místicas das razões do Moçambique ser abençoado por Deus. A dança é ritmada com os bastões se chocando, guizos e uma caixa que repica sob as ordens de um "mestre" que apita, quando o ritmo deve ser modificado.

 

 

 

FESTA DOS NAVEGANTES

 

Realizada também em Salvador, na Bahia. Procissão marítima de centenas de barcos de todos os tipos na Baía de Todos os Santos, quando acompanham o barco do Protetor dos Navegantes. Das parais e no cais, milhares de pessoas assistem o desfile dos barcos, dançado, formando grupos de batucadas, rodas de samba, etc.

 

 

 

PAU–DE–FITA

 

Trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis, esta dança é executada em círculo, em volta de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Uma pessoa no centro, sustenta o mastro enquanto os dançarinos fazem os passos trançando as fitas. Ao final, as tranças das fitas devem ser desfeitas, ao ritmo da música, sem nenhum erro.

 

 

 

QUADRILHA

 

Conhecida também como dança caipira, a quadrilha é dançada em todo o país. Suas origens provêm de um bailado palaciano praticado nas cortes européias. Apesar de ter se modificado muito através do tempo, sua essência permanece nas coreografias executadas aos pares, com homens e mulheres. A música vem da sanfona e de instrumentos de percussão, como zabumba e o triângulo.

 

 

 

 

SANTA CRUZ

 

Comemoração pela descoberta da verdadeira Cruz de Cristo pela imperatriz Helena, mãe de Constantino. Possui danças características, resultantes da fusão de elementos europeus, indígenas e jesuítas.

 

 

 

VAQUEJADA

 

Uma reunião de homens do campo, vaqueiros, na época da marcação, ferração e apartação do gado. Compreende provas de habilidade e força. Assume caráter festivo, com peões, toque de música, derrubada de boi, estouro de foguetes e laço de fita amarrado no braço do vaqueiro mais habilidoso ou valente.